Criação em sete atos: a origem do mundo revelada com ordem, poder e propósito

Planície de um mundo ainda sem forma e vazio — Uma semana que mudaria para sempre os rumos da existência acaba de ser revelada. Um ato criativo de proporções cósmicas, liderado por uma autoridade suprema que se autodenomina *Deus*, teria dado origem ao universo, à Terra e a tudo que nela vive, em apenas sete dias. O evento, registrado com precisão por fontes milenares, é descrito com uma combinação rara de majestade e propósito, revelando não apenas uma sequência cronológica, mas uma narrativa profundamente carregada de significado espiritual.

A equipe do Histórias da Fé acompanhou cada etapa desse processo inédito, e agora revela os bastidores de uma operação que, mesmo transcorrendo fora dos limites do tempo como conhecemos, é considerada por teólogos, cientistas e líderes espirituais como o marco inaugural da realidade.

DIA 1 — O comando que rasgou as trevas: Haja luz

Na primeira manhã da história, a cena era desoladora. “A Terra era sem forma e vazia, e havia trevas sobre a face do abismo, relataram antigos escribas. O Espírito de Deus pairava sobre as águas como uma presença silenciosa e inquietante. Foi então que uma voz — sem precedentes, sem eco, sem origem visível — rompeu o silêncio absoluto: Haja luz. Com uma autoridade inquestionável, a luz surgiu, dividindo o espaço escuro em duas realidades distintas: dia e noite. Observadores espirituais consideram este o momento inaugural da ordem. “É o primeiro gesto de separação, de delimitação. Deus começa a moldar o caos com palavras”, explica o rabino e teólogo Menahem Adar, em entrevista exclusiva.

DIA 2 — O céu se abre: expansão entre águas

No segundo ato, uma intervenção inesperada: Deus cria um firmamento. A separação entre as águas superiores e inferiores cria uma nova dimensão — o céu. A operação foi descrita como uma “expansão”, uma espécie de domo que estabelece a atmosfera e possibilita as próximas etapas da vida. Fontes espirituais relatam que essa separação é mais que física: representa a ideia de transcendência, a distinção entre o divino e o terreno. “O céu não é apenas um espaço aéreo. É o símbolo da habitação superior, do mistério, do lugar de onde vem a ordem”, explica a professora de teologia Rebeca Morial.

DIA 3 — A terra emerge e a vida vegetal brota

Ao terceiro dia, um movimento tectônico espiritual ocorre. As águas inferiores se ajuntam, e a terra seca aparece — surge o solo fértil e os **mares. É a primeira vez que a Terra tem forma definida. Logo em seguida, a vegetação começa a brotar: ervas, árvores frutíferas, plantas com sementes — um sistema complexo, autorreplicável e interdependente. A presença de sementes indica que desde o início, Deus criou com visão de futuro, sustentabilidade e ciclo. É um sinal de que a criação não foi improvisada, mas planejada, comenta o engenheiro agrônomo e estudioso bíblico Daniel Haroun.

DIA 4 — Luzes no firmamento: o tempo é estabelecido

Até então, a luz existia, mas sem fonte visível. No quarto dia, Deus cria o sol, a lua e as estrelas, atribuindo-lhes funções precisas: governar o dia e a noite, marcar estações, dias e anos. Este é um momento de alta importância histórica. É quando o tempo, como o conhecemos, começa a ser medido. O relógio cósmico é ativado, destaca a astrofísica Naomi Sela. A criação da luz no primeiro dia já anunciava ordem. Mas aqui, essa ordem ganha estrutura. Fontes angelicais relataram que as estrelas foram espalhadas com precisão matemática, revelando um Deus não apenas poderoso, mas profundamente inteligente.

DIA 5 — A vida nas águas e nos céus: um espetáculo de diversidade

Na quinta manhã, o planeta ainda recém-formado ganhou sons e movimento. Deus cria os animais marinhos e as aves do céu. Baleias, cardumes, aves de diversas cores e cantos preenchem os ambientes que antes eram apenas paisagem. Um detalhe relevante: essas criaturas foram abençoadas. Frutificai e multiplicai-vos — é a primeira vez que a palavra bênção aparece, indicando que a vida tem aprovação e propósito. É um sinal claro de que a criação não é apenas funcional, mas relacional. Deus deseja abundância, continuidade, comunhão, pontua o pastor e escritor Daniel Yeshurun.

DIA 6 — Clímax da criação: animais terrestres e o ser humano

O sexto dia é considerado o ponto culminante da narrativa. Primeiro, são criados os animais terrestres: gado, feras e répteis, cada um segundo sua espécie. Mas o verdadeiro clímax acontece quando Deus decide criar o homem. Segundo o relato, a decisão foi precedida por um conselho interno: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. A pluralidade na fala tem gerado intensos debates teológicos. Muitos estudiosos veem aí a primeira pista de uma comunidade divina — uma referência implícita à Trindade, segundo interpretações cristãs.

O homem — e logo depois a mulher — é criado com um diferencial radical: imagem e semelhança de Deus. Recebe domínio sobre toda a criação e é abençoado com a missão de multiplicar-se e governar a Terra. É aqui que a narrativa muda de tom. Deus não apenas cria, Ele se envolve. O ser humano é colocado no centro do plano divino, explica a antropóloga bíblica Léa Shlomi.

DIA 7 — O descanso que santifica o tempo

No sétimo dia, uma reviravolta: Deus não cria mais. Ele descansa. Mas esse descanso não é de cansaço — é de conclusão. A criação estava completa, e o sétimo dia é declarado santo. Esse ato estabelece um princípio eterno: o sabat, o descanso sagrado. Deus institui o ritmo da vida: trabalho com propósito e descanso com reverência. O sábado é o memorial da criação, um altar no tempo, afirma o rabino Ezra Malach.

Repercussões: um universo com intenção

A criação do mundo em sete dias não apenas desafia paradigmas científicos e filosóficos, mas também lança uma mensagem poderosa: o universo tem um autor, a vida tem valor, e o tempo tem propósito. Especialistas apontam que o texto de Gênesis 1, embora poético em estrutura, é uma declaração firme de autoridade. Deus fala, e as coisas acontecem. Há ordem, há propósito, e há bondade em cada ato — e viu Deus que era bom, lembra a professora Miriam Zohar. Além disso, o capítulo revela um Deus relacional, que cria com palavras e abençoa com intenção. O homem não surge por acaso, mas por escolha.

Impacto espiritual: da criação à adoração

O relato da criação é a base da fé de bilhões. Judaísmo, cristianismo e até o islamismo reconhecem Gênesis como uma narrativa essencial para compreender o papel do ser humano no universo. A criação em sete dias não é apenas sobre como tudo começou, mas sobre por que tudo existe, resume o teólogo cristão André Mourad. É o prólogo da maior história já contada: a história de um Deus que se revela, se relaciona e convida o ser humano a participar da sua obra.

Conclusão

Da escuridão ao brilho das estrelas, da terra informe ao homem que respira, Gênesis 1 nos conduz como um documentário divino. Em sete cenas dramáticas, acompanhamos o surgimento de tudo. E ao final, aprendemos que o universo não é um acidente — é uma obra com assinatura, intenção e amor.

“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom.”
— Gênesis 1:31

By admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *